O Tempo e o Parto

Meus dois bebés nasceram de 37 semanas, para os GO na calculadora deles isto equivale a 39 semanas de gestação.

Creio que é o máximo, que o meu corpo pode manter os bebés.

O primeiro trabalho de parto começou as 00:00 e até as 11:00am não havia dores, apenas desconforto barriga dura, e sentia a falta do bebé se mexendo, das onze horas em diante, com a droga sintética foi puro sofrimento, bobinha eu, cheguei com 5cm de dilatação, devia ter ficado mais tempo em casa, andando e relaxando. Só que não tem alma nessa hora que tire nossas dúvidas, aí a insegurança vai se instalando, logo depois o medo, então a gente recebe a droga, e fica com uma dor insuportável, e como já tinha ligado o motor no rabo, dava mais era vontade de voar até a lua. Ele nasceu as 15:00pm.
Então calcula-se aí 4 horas de loucura total, mais eu não tive direito à nada nem de sentar, ahhh mais neste aspecto tive até sorte, as duas mães que já estavam lá a horas, me viram entrar e continuavam lá, depois do meu bebé nascer.
Acredito que elas ainda foram mais cedo do que eu!
Entrei em uma manhã de sol linda, e saí numa tarde nublada e fresca era o outono doido de São Paulo.


O Segundo trabalho de parto, naquele dia só me dei conta que ia ter o bebé quando começou a sair mais água e a barriga ficou dura, dessa vez eu não tive pressa de chegar ao hospital, mais fiquei nervosa na mesma, e era isso que me provocava dores, que também vamos combinar não se compara com a droga sintética ocitocina, fui muito bem tratada, acompanhada, internei com 4cm dilatação as 18:00pm e já as 20:49pm nascia a bebé sem sofrimento comparável ao primeiro.
Então calcula-se 2h e 49 minutos de uma transformação emocional.
Entrei numa tarde fria de inverno, e saí numa manhã fria mas de sol gostoso que aquecia o coração e o pensamento, dalí 11 dias começaria a primavera na Europa.


O Terceiro trabalho de parto: ? - Em breve, mês de Julho 2013


Lembretes:

- Ter uma pessoa de carácter forte, para me manter firme da transição até a expulsão.

- Evitar a duvida o medo, e companhias incrédulas.

- Relaxar é muito importante, se quiser o perineo inteiro, mentalizar meu corpo se abrindo para dar passagem a nova vida.

- Não deixar que se façam toques.

- Deixar que a bolsa de líquidos, se rompa sozinha, ou se tiver que estourar mecanicamente, que seja já nas ultimas, pois ali dentro do líquido o bebé não corre risco de sufocamento.

- Massagens, Duche, bola Suiça, banheira, alimentos leves, caminhar, carinho, apoio, confiança e palavras positivas.

- Evitar conversas racionais, para quem gosta um pouco silencio outra opção é música baixa, celulares, computadores, telefone tudo deve estar desligado ou em modo silencioso, para não provocar distracção, as pessoas tem que ser discretas.

O primeiro nasceu de tarde, a segunda nasceu de noite, o terceiro espero que nasça durante a madrugada, pelo menos a pequena estará dormindo o que será óptimo, pois é necessário neste momento se entregar totalmente para nosso instinto primitivo, se o cérebro estiver com neocortex activado uma parte do parto pode parecer mais dolorido.
Espero também bater o recorde de menos tempo em trabalho parto.

Enfim que eu tenha uma boa hora.


Mas o que me faz agora desistir do parto hospitalar, são as intervenções, que instintivamente compreendo hoje que foram violentas e desnecessárias.

Outra coisa também, é que não consigo mais me ver, sequer idealizar naquela posição, Peru de Natal esperando para quem vier meter as mãos e levar um pedaço do peru! E essa posição é a pior para parir, pois estando na posição horizontal, o nosso corpo tem que fazer muita força, para projectar o bebé para frente, as vezes você escuta as mães falando que o bebé fica voltando, ou não quer sair, é justamente por conta dessa posição, que inclusive provoca a laceração de perineo mais extensa.

A melhor posição é a vertical, pois a gravidade ajuda o bebé descer com mais facilidade.